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Anjo Pornogr​á​fico

by Fábio de Carvalho

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1.
O amor é 05:47
O a mor é Ah! A mar é Um en xa me Na sua lín gua Es pí ri tos No en cal ço Pe lum bi go Já vão en trar Meus de se jos “To dos vi vos To dos nas cem To dos mor rem Mas a vi da I mor tal“ “E ros be beu En ve ne nou De ge ne rou Em ví cio”** Vai cho ver Vai cho ver Vai cho ver En go li Vo mi tei Cri a ção Cri a ção Cri a ção Cri a ção Sem dor Sem dor Sem dor Sem dor Sem dor Sem dor Senhor Sem mais dor dessa vez Sem mais dor dessa vez Sem mais dor dessa vez Sem mais dor dessa vez *Trecho do Poema 6 do livro Tao Te Ching, de Lao Zi. **Inspirado no aforismo 168 do livro Além do Bem e do Mal, de Friedrich Nietzsche
2.
O que eu fiz ou deixei de fazer Enterrando nossos filhos no amanhecer O sol se pôs pra todos, mas não pra você Hora de abater esse animal teimoso Entre outras palavras, você foi dizer Na casa de deus todos tem uma cadeira E eu caí pelo canto da mesa Embriagado na beleza de pela primeira vez ser a presa Seria uma honra morrer como meu criador A traição como uma coisa tão bela Tão certa quanto os olhos de um impostor Preso num corpo ou dois É difícil lembrar Como dois irmãos com um só coração Pro outro não morrer um deve se sacrificar Nos fios da memória eu vou encontrar Um prazer que dilacera o que eu entendia por amar Sou eu o guardião do meu irmão, afinal? Seus jeitos são parecidos Mas existe algo de errado Embora fatigados Meus ouvidos não estão enganados Hoje eu dormirei no seu colchão Mas amanhã não sei o que será de nós Eu estendo minha mão vermelha No coração da sua noite A visão do próprio deus Na presença do seu filho Ah! Agora você aprendeu A ralar seus joelhos, para ter o que quer Estou cansado da minha própria carne Só você pode me salvar Cura
3.
Obsessor 03:20
Não se compare à outras pessoas Você não tem a menor chance Eu não queria que você tivesse Qualquer memória antes de me conhecer Eu vou te fazer esquecer Eu vou te fazer esquecer Sentimentos mudam O tempo inteiro Sentimentos mudam Eu machuco você Eu controlo você Sentimentos mudam O tempo inteiro O tempo inteiro Sem amor dessa vez Nas minhas garras O que eu vou fazer Não vão te salvar Eu vou puxar mais forte Eu vou puxar mais forte Eu vou ser uma morte Eu vou ser uma morte pra você Cospe Boca seca O corrimão solto No pico nebuloso A vergonha e as correntes Do hábito vicioso O medo depois Da onda mais forte Eu vou puxar mais forte Eu vou puxar mais forte Você sabe que eu sou mais forte Eu te engoli Como uma hóstia
4.
Deixo o orgulho me comer Um dos dois vai ceder Sonho que mato meus iguais Mas eles nunca vão saber Meu esqueleto fica fraco E tremendo penso em você Meu duplo, um agouro que diz Tenho pouco tempo pra viver A todas as pessoas a quem eu me curvei Fui eu mesmo que me acorrentei Pra servir e agradar Eu me humilhei, eu me humilhei Mas eu agora eu sei Ó o desejo que não se realiza É a pulsão da vida Desejar e não ter E depois que tiver não mais querer O amor está aqui O amor está aqui O amor está aqui O amor está aqui Você me ama? É preciso passar o sangue adiante O pesadelo é meu Mas se você me ama, também vai ser seu Você me ama? E cada vez mais fraco, drenando os recursos Que você consome com descaso Você me ama? Não é exagero dizer Últimas palavras antes de levar você comigo Pela equidade entre sofrer e prazer Que O amor está aqui O amor está aqui O amor está aqui O amor está aqui
5.
Chame os seus amigos Vai ser divertido Independente do que aconteça Hoje eu não volto pra casa Sozinho Tem muitos órgãos Nesse corpo Pedindo por um estímulo Maior que os outros Dopamina, neurociência, vício, dependência Perversões, fetiches, anjos pornográficos Autocontrole na terra dos rastros digitais Terapia coletiva, desconstrução e somatização Não dá mais Não dá mais Eu não quero nem saber Só preciso entrar Nesse antro fedido Tudo de bom pra vocês Eu já volto já Vou voar Como um anjo caído, vou voar Recaída Recaída Recaída Como é bonita a cidade no amanhecer Tudo ainda pode acontecer Tudo ainda pode acontecer Tudo ainda pode acontecer Tudo ainda pode acontecer Tudo ainda pode acontecer
6.
Meu corpo é seu instrumento Meu corpo é seu instrumento Uma máquina de sexo Ma-ma-ma-ma-ma-máquina de sexo Cle-cle-cle-cle-cleptomaníaco Minha face de carne desfigurada Meus olhos trágicos furados pela faca Pela fa-fa-fa-fa-fa-fa-faca Entediado por essa música? Eu entendo Pegue seus ossos do chão Limpe suas lágrimas Não saia de casa Feche suas janelas Corte o gás Anjos pornográficos no céu essa noite Um poço sem fundo Acaba hoje
7.
Passagem 04:44
Pronunciando seu nome Tive a impressão de te ter inteiro na minha boca Uma personalidade como disfarce, anos se passaram até que pude entender Que a justiça divina escolheu você Para punir aqueles que não querem crer Aqueles, como eu Que não conseguiam ver a verdade que há Em se render Cada um tem sua vez Os dedos que me tocam São seus Mas o ódio que eu sinto é só meu O desejo de revidar nunca se perdeu Talvez você já se esqueceu Agora dizem Voe, seu pássaro assustado Não deixe que aparem suas asas Na festa de despedida da sua inocência Aqui vou eu, aqui vou eu, uma última vez Uma imagem que cega todos os olhos Pra que ninguém se esqueça Depois de tanto tempo e retenção De um ódio que sobreviveu Levar seus ossos com os meus Essa é minha redenção
8.
Ó Mãe, ó mãe, ó mãe Eu estou confundindo as coisas Depois de tanto tempo sem subir no altar Eu ainda posso entrar? Esconder os seus segredos No espaço entre os meus dedos Tudo tem seu preço E agora eu reconheço Que o hospedeiro do veneno Também contribui com seu peso Diga adeus a qualquer coisa Quando suas bocas arrancam meus pedaços Eu me seguro com o que resta Mas aqui vou eu São movimentos violentos e agonizantes Que perpetuam o fluxo de uma febre alucinante Eu me agarro ao que vocês me ensinaram Até o último instante Não resta mais nada Veja bem o meu semblante Não tem nada aqui dentro E agora é preciso passar esse sangue adiante Nossos corpos e espíritos Escaldam no mesmo rio Sucumbem ao mesmo destino Eu não confio em vocês Porque eu sou como vocês Eu não confio em vocês Porque eu sou como vocês A Imagem e semelhança
9.
Clivar 07:06
“Toda jornada Começa na mente” Um voo de repente Te leva mais baixo São Sebastião Erguido no altar A peste também precisa respirar E o sangue corre adiante Nunca para de sangrar Dos espasmos no rosto Dos roubos, dos subornos Algo não quer se calar Se quem passa por essa porta Perde o dom de falar Melhor o gemido dos animais Palavras não vão nos salvar Numa piscina de dinheiro Cheia de homens em desespero Que contam quanto podem te pagar Nos quartos de cima Quando as portas se fecham Eles param de respirar O êxtase ao ver o brilho dos seus olhos Se dissipar Porque nós insistimos nisso Essa forma violenta de ser Eu amo o que isso faz comigo Toda noite eu volto a acreditar Nos meus instintos, meus abismos Quantas desculpas puder dar Ofertando outras pessoas Pra chegar até você E só eu posso te ver A fome dá ânsia de vômito As paredes do meu estômago comem umas as outras Meu corpo não aguenta mais não ser o seu Essa sensação de ser um objeto Eternamente incompleto Eu manipulo os restos E espero Sair sem dignidade Não importa a idade Em que eu alcançar tal liberdade Nós mergulhamos nisso juntos Você é como a língua de corpos esquecidos que retornam Ao te ver eu aprendi que o sacrifício alimenta esse solo Tudo que eu não sou e poderia ser Ainda existe Tudo que você foi agora é muito mais Pelo meu amor e a minha febre, que também te inscreve No mesmo movimento até o fim Uma espiral que consome tudo que deseja fugir Não tem brisa na floresta que me envolve Eu mal vejo a luz entre as árvores disformes Mas saiba que se um dia eu conseguir sair daqui Minhas pernas vão me levar até onde eu me perdi Não tem brisa na floresta que me envolve Eu mal vejo a luz entre as árvores disformes Mas saiba que se um dia eu conseguir sair daqui Minhas pernas vão me levar até onde eu me perdi Se você estiver ali

about

Fratricidas, fetichistas, obsessores, onanistas e capitalistas
Vermes, licantropos, anjos, idiotas e santos
Os carnavais, infernos e banquetes da carne
Por mim serão cantados

credits

released September 3, 2021

Belo Horizonte, setembro de 2021.
Todas as composições por Fábio de Carvalho.
Arranjos por Fábio de Carvalho e Fernando Bones.
Produzido por Fernando Bones.

Pré-produzido no estúdio Pato Multimídia por Fernando Bones.
Todos os instrumentos e vozes gravados no Estúdio Galvani (exceto pianos, gravados na Allegretto Educação Musical) por Fabrício Galvani.
Mixado e masterizado por Fernando Bones no Estúdio Galvani (exceto a faixa “Clivar”, mixada por Fabrício Galvani).
Violoncelo em “Mão vermelha no coração da noite” por Lauriza Anastácio.
Capa por Larão (@pit0cs).

Fábio de Carvalho: voz, guitarra e piano
Bruno Carlos: bateria
Fernando Bones: baixo, programações e percussão
Marcus Vinícius Evaristo: guitarra
Tiago Sales Gomes: guitarra

© 2021 Rubedo Discos

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Fábio de Carvalho Belo Horizonte, Brazil

Compositor de Belo Horizonte, Minas Gerais. Agora é um dos membros do selo Rubedo Discos.

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